terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

a menina elefante

[...]

'não sou burra, nem feia demais. não grito muito alto em lugares que preferem o silêncio. sigo as regras de etiqueta quando a situação exige. tento ser uma pessoa agradável a maior parte do tempo, mas sou lilás; e pessoas lilases não são bem aceitas. tu não és azul nem rosa... tu és o meio. tu és a vã tentativa disso e daquilo.

tu também serás rotulado como mentiroso, por teres omitido pequenas coisas, pequenas pistas que diriam quem tu és realmente. tu deves ao psicológo por querer ser feliz. sabes como é felicidade ao extremo assusta; e eu assusto os outros.

eu faço doer, aquilo que os outros querem esquecer. me sinto culpada por isso, mesmo sabendo que sou tão inocente quanto ao menino que come doces antes do jantar. cansei de olhares que me censuram. pessoas que não me entendem.

[...]

homens, mulheres, meninas elefantes acabam cedo ou tarde provando que os outros são mais deformados que eles mesmos. sociedade hipócrita. eles podem ser azuis, rosas, amarelos... e eu sempre serei a estranha. azar daqueles que não me aceitam. azar só deles.'

Um comentário:

Unknown disse...

azar de uns, sorte de outros... belas palavras! ;)