brilho eterno de uma mente sem lembranças.
exatamente onde eu queria estar.
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...
Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...
Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
'Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver da onde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos
Nunca mais serão iguais
Se for mais veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás
Perdida num planeta abandonado
Pelo espaço
E volto sem olhar pra trás
No escuro do céu
Mais longe que o sol
Perdido num planeta abandonado
No espaço
Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu
A caminhar no céu
E foi o princípio do fim
Se for mais veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás
Perdida num planeta abandonado
Pelo espaço'
- Gosto muito de pôr-do-sol. Vamos ver um…
- Mas é preciso esperar…
- Esperar o quê?
- Que o sol se ponha.
Tu fizeste um ar de surpresa, e, logo depois, riste de ti mesmo. Disseste-me:
- Eu imagino sempre estar em casa!
De fato. Quando é meio dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr-do-sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejavas…
- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentaste:
- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol…
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?
Mas o principezinho não respondeu." - "O Pequeno Principe - Capitulo VI"