domingo, 22 de novembro de 2009

dor! dor da indiferença, do desprezo, do abandono, da perda. com certeza são dores que fazem sangrar mais que qualquer ferida. faz nos sentir sem valor, diminuídos, sem energia ou forças sequer para respirar, e o pior, faz nos sentir seres indignos de receber amor. coloca ainda em risco nossa saúde mental, levando-nos muitas vezes a acreditar que nunca a tivemos. ficamos sem rumo, sem o chão para nos apoiar, porque quase sempre não temos com quem contar, um ombro para chorar. auto-estima e amor-próprio não fazem mais parte de nossos sentimentos. perde-se o controle das palavras, das ações e até de si mesmo. o desejo racional nestes momentos raramente coincide com o desejo emocional. a razão pede para ir embora e a emoção pede para ficar, com o desejo enorme de encontrar alguém que venha nos salvar. espera-se que alguém tire essa dor que dilacera tudo por dentro. pura ilusão, pois a única pessoa que pode fazer algo por você, melhor que qualquer outra pessoa, é você mesmo, mesmo que se sinta incapaz para isso. a melhor forma de nos frustramos é esperarmos que alguém mude ou faça o que esperamos. quando somos levados apenas pelas emoções, parece que perdemos o controle e não conseguimos discernir mais o certo e o errado. as emoções não obedecem à razão. o que fazer então, quando o conflito é gerado por tantos sentimentos? é preciso neste momento tentar descobrir a causa da dor. se continuar chorando, gritando, controlando, cada vez mais ficará com a dor que tanto machuca. a dor é inevitável, mas a persistência do sofrimento pode ser evitada.

deve-se também buscar a certeza de qualquer atitude que vá tomar, para que não transforme o conflito em mais sofrimento ou arrependimento, muitas vezes impossível de ser transformado. por mais que possamos responsabilizar alguém por nossas dores, somos nós mesmos que a causamos ao permitirmos que tal situação permaneça. podemos culpar pais, irmãos, namorados, chefes, etc., mas isto nada adianta. a dificuldade está dentro de cada um de nós por não conseguirmos mudar os fatos, que por vezes podem ser difíceis de serem aceitos. é a interpretação que damos aos acontecimentos e situações que nos leva ao sofrimento. é quando esperamos algo que nunca vai chegar. “que deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”

já chorou tudo o que tinha para chorar, agora é hora de sair da posição de vítima, que não permite sair do lugar e tornar-se responsável pela própria vida. chega de lamentações! nada de ficar se machucando, fazendo de tudo para resgatar o que um dia acreditou. é claro que muitas vezes alguém pode realmente tê-lo machucado, porém isto não deve servir de pretexto para manter o que tanto machuca. ninguém está livre de problemas e nem das contrariedades da vida, mas manter tudo isto ou não, só depende de cada um de você. se uma situação é intolerável, se você se sente desprezado, rejeitado, por que manter tal situação?... não é preciso perder sua saúde mental para só depois tentar fazer algo. o momento de reagir é agora, enquanto há o mínimo de forças. é preciso compreender que as soluções estão dentro de nós e não em outra pessoa ou situação externa. é importante às vezes sairmos fora de nós mesmos e observarmos a situação como se estivéssemos assistindo a um filme, para então podermos colocar luz onde é só escuridão.

é sua responsabilidade fazer algo para melhorar. não espere que o outro te dê amor, carinho, atenção, colo, te faça se sentir importante, você é quem deve se dar tudo isso. devemos aprender a aceitar o que não pode ser mudado, aprender que não podemos colocar sentimentos dentro de alguém e muito menos, colocar nossa capacidade de amar nas mãos de alguém. não é porque o outro não valoriza o que você é e faz, que tudo isso não tem importância. tem sim e muita, o outro é que não tem sensibilidade para perceber seu real valor. então, para quê continuar uma situação que machuca e te enfraquece tanto?

tudo o que temos é o dia de hoje e dependerá de você vivê-lo da forma mais harmoniosa possível. sua força vem de você e da construção de relacionamentos saudáveis com as outras pessoas e com você mesmo. as feridas podem e devem se cicatrizar, mas não permita que essa dor que dilacera e destrói tudo por dentro permaneça te fazendo desistir de você e de viver. lembre-se: amor, atenção, carinho, amizade, não se pede. apenas se recebe.






segunda-feira, 2 de novembro de 2009


porque é tão difícil mudar? porque é tão difícil ser eu mesma? porque é tão difícil conviver e deixar viver? porque a vida nos mostra tudo que é bom e depois diz que não podemos pegar? e porque temos que acreditar que tudo é coincidência e achar que a vida é normal? porque uns não conseguem perceber a dádiva maravilhosa que tem na sua vida e outros são obrigados a ter o crescimento de espírito de perseverar na pior miséria!?

pouco a pouco minhas perguntas aumentam, a cada resposta, menos nítido fica o panorama.
meu caminho é esse, e o sigo contente, temendo apenas aquela terrível doença que assola a humanidade: o conformismo.

será que alguém sente o mesmo que eu? a angústia é uma coisa realmente poderosa nas nossas vidas. ultimamente, lendo um livro sobre isso e descobrindo as minhas próprias, passei a me enxergar de maneira mais clara, e como isso faz diferença! mentir para os outros, como diz uma certa pessoa, é regra obrigatória de se viver em sociedade, mas ultrapassar o limiar entre você e os outros é quase uma armadilha inescapável. e mentir para si mesmo é se manter na loucura.
qual a dica? saiba sempre para que se faz as coisas, tenha sempre a sensibilidade de perceber seus próprios sentimentos, e não negá-los. conviver com eles pode ser mais doloroso às vezes, mas os liberta, ao mesmo tempo que liberta você mesmo. se a vida é assim, então vamos conhecê-la de fato, sem máscaras, sem véus, sendo cúmplices de nós mesmos, e não acusadores.