quarta-feira, 26 de maio de 2010

loser!

chamar alguém de feio não te deixa mais bonito. ficar sem comer não te deixa um palito. excluir uma pessoa não te torna mais popular, não são as marcas que vão te rotular. chamar alguém de gordo não te emagrece, dizer que uma pessoa é triste não traz felicidade. falar que alguém é fraco não te fortalece, dizer que uma pessoa é metida não te traz a humildade. falar que alguém é insignificante não te engrandece, dizer que uma pessoa é falsa não te leva à verdade. dinheiro não compra felicidade. conhecer muita gente não é o mesmo que ter amigos, ser famoso é diferente de ser querido, sexy não é o mesmo que vulgar, atração é diferente de amar.


terça-feira, 25 de maio de 2010

Nua - Ana Carolina

Olho a cidade ao redor
E nada me interessa
Eu finjo ter calma
A solidão me apressa

Tantos caminhos sem fim
De onde você não vem
Meu coração na curva
Batendo a mais de cem

Eu vou sair nessas horas de confusão
Gritando seu nome entre os carros que vêm e vão
Quem sabe então assim
Você repara em mim
Quem sabe então assim
Você repara em mim

Corro de te esperar
De nunca te esquecer
As estrelas me encontram
Antes de anoitecer

Olho a cidade ao redor
Eu nunca volto atrás
Já não escondo a pressa
Já me escondi demais

Eu vou contar pra todo mundo
Eu vou pichar sua rua
Vou bater na sua porta de noite
Completamente nua
Quem sabe então assim
Você repara em mim
Quem sabe então assim
Você repara em mim

Eu vou contar pra todo mundo
Eu vou pichar sua rua
Vou bater na sua porta de noite
Completamente nua
Quem sabe então assim
Você repara em mim
Quem sabe então assim
Você. . .

sábado, 22 de maio de 2010

- Ela parece distante... Talvez seja porque está pensando em alguém.

- Em alguém do quadro?

- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.

- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.

- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.

- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?

Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain

sexta-feira, 21 de maio de 2010

tenho dezoito anos, idade que parece demais às vezes, e às vezes muito pouco. é cada vez mais difícil admitir que ainda sou nova, pois parece que de repente me verei com vinte anos a mais, ainda tentando entender a vida; mas é difícil enxergar também que essa "velhice" tem muito da nossa idéia de que somos espertos, vividos e adultos, idéia difícil de relativizar, só temos nosso passado pra comparar. a cidade acaba se tornando nossa casa, nosso referencial se perde e sobreviver é a prioridade, pois ninguém fará nosso papel por nós. já passei por essas coisas, provavelmente passarei de novo...

não é cansaço, mesmo tendo dormido às três e acordado às nove. não é tristeza, mesmo tendo assistido às várias e sempre surpreendentes formas da miséria humana todos os dias. não é raiva, mesmo percebendo que o mundo chafurda cada vez mais em sua própria arrogância e esquizofrenia. é exatamente este o problema; não é nada disso que sinto, é um suspiro permanente que me arrepia a espinha, que me faz vislumbrar a face do conformismo e me larga consternada, mas então eu escuto cazuza... felizmente o homem apostou na música como um meio de disseminação cultural, senão agora eu estaria encrencada.

ando tão confusa, são duas pessoas que vivem dentro de mim. uma quer uma casa, um amor, filhos, e ser aquela que apóia, ajuda e contempla feliz o crescimento das pessoas à sua volta, sabendo que fez o melhor que pôde. a outra quer o mundo, a briga, a luta. quer o dia-a-dia inesperado e caótico de quem constrói e modifica, de quem lidera e tenta sempre aplicar e ensinar aquilo que acredita. sonho em um dia unir essas duas, torná-las amigas inseparáveis. por enquanto elas brigam, não conseguindo partilhar meu coração, cada qual quer pra si ele inteiro, mas eu não desisto de teimar, um dia, numa curva da estrada, vou descobrir uma maneira de uni-las. por enquanto eu vou com elas, aprendendo a conhecê-las e amá-las.