domingo, 24 de maio de 2009

desejos
desejos são feitos para buscar um objetivo. enquanto desejamos estamos correndo atrás, porém sem desejo nada faz diferença. o ser humano necessita desejar, necessita ser desejado. o professor deseja? claro que sim. talvez nem saiba o que, mas quando entra na sala de aula acaba percebendo claramente que seu desejo é que sua aula seja aceita pelo grupo de alunos. para que seja aceito deve falar de coisas que os que estão na sua frente desejariam conhecer. raramente acerta! e por este motivo acaba desejando que os alunos saibam apenas repetir. na visão do professor nada pode ser maior em importância que o assunto por ele escolhido. e é nesse ponto que aparecem os desgostos. tão importante quanto os desejos, os desgostos mostram que o professor deve repensar sua atividade.

observando
não há nada mais fácil que observar! se todas as pessoas observassem mais e falassem menos, teríamos uma grande probabilidade de destruir o planeta de uma forma menos eficaz que as de hoje em dia. é só olhar ao nosso redor. veremos o estrago irreversível que estamos fazendo.

relações de poder
nada mais normal que conversar. o pai conversa com o filho, o vizinho com outro vizinho, o homem na fila com o seguinte, a pessoa que trabalha com a que esta sendo atendida. na sala de aula o professor em diversas situações conversa com o aluno. conversar é natural, porém muito antes de conversar está a relação de poder. quando alguém impõe sua realidade está naturalmente mostrando que detêm o poder. e não há como dissociar a conversa dessa relação estabelecida. na sala de aula podemos privilegiar a aula dialogada, que na maioria das vezes é um monólogo, ou a aula é 'debatida' que estimula a discussão e provoca os alunos. porém em nenhuma delas o aluno é ouvido como deveria. isso ocorre pelo simples fato de que o professor não pode negociar saberes com o aluno. sua posição de poder está de tal forma estabelecida, que nunca será questionado por um aluno. será?

domingo, 10 de maio de 2009

Só de Sacanagem - Ana Carolina

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

'de onde vem a indiferença temperada a ferro e fogo'

'não penso em me vingar. não sou assim. a tua insegurança era por mim. não basta o compromisso, vale mais o coração. já que não me entendes, não me julgues. não me tentes. o que sabes fazer agora. veio tudo de nossas horas. eu não minto, eu não sou assim'

'o tempo todo estou tentando me defender. digam o que disserem, o mal do século é a solidão cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição'

'quero ser prudente e sempre ser correto, quero ser constante e sempre tentar ser sincero'

'disciplina é liberdade. compaixão é fortaleza. ter bondade é ter coragem'

'eu sei que um dia a gente aprende. se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo'

'ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria'

'pegue duas medidas de estupidez, junte trinta e quatro partes de mentira, coloque tudo numa forma untada previamente com promessas não cumpridas, adicione a seguir o ódio e a inveja, dez colheres cheias de burrice, mexa tudo e misture bem e não se esqueça antes de levar ao forno temperar com essência de espirito de porco, duas xícaras de indiferença e um tablete e meio de preguiça'